Enfim, trinta e um de
julho
“Um dia cheio de
filosofia”.
Assim diz meu grande
amigo,
Radiante cheio de
alegria.
Rio, porém, sem me
convencer –
O que há em mim?
Esquizofrenia?
Pois, não rio por
hipocrisia,
Cá dentro de mim, um
entulho,
Embrulhando ares e
humores,
Faz sentir-me um
bagulho.
Nenhum mal vejo
aparente,
Deve ser a energia de
julho.
A vontade é fazer
barulho
Sair correndo
indiferente,
Sem razão, noção ou
direção.
Sem escutar nenhuma
gente,
Abdicar da condição
humana
É o que passa em
minha mente.
Fico a pensar, de
repente:
Só acontece comigo?
Tem cura esta
patologia?
Não acho concreto
abrigo
Nas coisas conhecidas
Não há fumo, dose ou
amigo
Que me salve do
perigo.
Talvez, explique a
genética.
Recolho-me com medo,
Com a dúvida
patética:
Será Alzheimer ou
depressão?
Minha alma é muito
cética,
Quando a solução é
médica.
Resguardo-me sem
fantasia
Neste quarto, só e
escuro,
Fico remoendo agonia
Sou covarde – não me
mato –
Preferi fazer esta
poesia.
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