O VELHO DO SACO
CHEIROSO.
Geraldo Bernardo
Quero falar
um negócio
Que sempre me
fez mal.
Deixa-me sorumbático
Este tempo de
Natal.
Procuro e
nunca vejo
Sentido algum,
afinal.
Grande culto
ao vil metal
É somente o
que parece,
Onde as lojas
são templos.
Os cristãos
fazem prece
Mas,
na net, rádio e tevê
O
faturamento cresce.
Daí
Papai Noel aparece
Gordo
feito uma bola
Exaltando
a obesidade
Lembrando
a coca-cola
Invadindo
as casas, ruas,
Bares,
hospitais e escola.
Tudo
isto não colabora
Com
a cultura do sertão
Aqui
nunca teve neve,
Caatinga
é a vegetação
Onde
achar tanto pinheiro
Para
fazer decoração?
Pra
mudar esta situação
Olvidar
o velho horroroso,
Proponho
criar um novo herói,
O
velho do saco cheiroso:
Roupa
cáqui, “matulão”,
Sorridente
e pomposo.
Através
de um aboio mavioso
É
anunciada sua chegança.
Distribuindo:
água de cheiro,
Num
sinal de bonança,
Como
prova de afeto,
Irmandade
e esperança.
Homem
e mulher, velho ou criança,
Na
cidade ou na roça
Irão
esperar durante o ano
Que
ele venha de carroça
Guiado
por três seriemas
Que
é ave da fauna nossa.
Visita
mansão e palhoça
Este
herói prestimoso.
Que
tem odor de toda flor,
E
seu riso é fervoroso
Por
isso mesmo chamam-lhe:
Velho
do Saco Cheiroso.
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