Carrego,
desde menino
Uma
sentença na vida.
Trago
a alma dolorida.
Porém,
esta dor eu confino
Num
espaço pequenino
Onde
ela vive a purgar
em
lágrimas a reclamar
que
trato-a de mau jeito.
Na
gaiola de meu peito
A
saudade vive a chorar.
Presa
tal qual passarinho
Há uma
vontade que implora
Libertar-se
a toda hora.
Reclama
que este seu ninho
É todo
forrado de espinho,
E
quando a mando se calar
Ela me
faz desconcentrar
E
mostra que sou imperfeito.
Na
gaiola de meu peito
A
saudade vive a chorar.
Talvez
a sorte traçada
Em
outra existência minha
Seja
esta dor que caminha
Com
esta alma tão cansada.
Se
houve em vida passada
Algo a
quem deixei penar
Hoje
vive a me atormentar
Exigindo
seu direito.
Na
gaiola de meu peito
A
saudade vive a chorar.
Seja na
alegria ou na dor,
Não
importa o sentimento.
A
saudade com seu invento
Revolve-me
feito um trator,
Encontra
lágrimas onde for
E,
quando tento segurar
O
coração inicia um pulsar
Como
se houvesse um defeito.
Na
gaiola de meu peito
A
saudade vive a chorar.
É
pouco o tempo presente
Para
tê-la deixado assim
Com
raízes profundas em mim.
Não
sei como um ou outro sente
Mas, é
um sentimento quente
Que
vive a se manifestar,
Não
importa hora nem lugar,
Querendo
sair para o eito.
Na
gaiola de meu peito
A
saudade vive a chorar.
Invade
minha memória
Sem
importar se é noite ou dia
Nos
sonhos se mostra vadia
E
corrompe toda história.
Uma
lembrança aleatória
Sempre
costuma buscar
Talvez,
para maltratar
A vida
deste sujeito.
Na
gaiola de meu peito
A
saudade vive a chorar.
Vivemos
a mesma prisão.
Sinto-me
um carcereiro
Que
também é prisioneiro.
Trancada
em meu coração
Vive
causando explosão
Que é
impossível controlar.
Algum
momento vai chegar
Para
atender o seu pleito.
Na
gaiola de meu peito
A
saudade vive a chorar.
Quando
for libertada
Sei
que seguirá bela
Também
seguirei com ela
Por
desconhecida estrada
E não
precisarei de nada
Que
este mundo possa nos dar.
Então
iremos repousar
Eternos
no mesmo leito
E na
gaiola de meu peito
A
saudade não vai chorar.
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