BOM DIA.
Pouca papa e não morri,
sobrei para ser semente,
sou mais um sobrevivente.
Se tempo ruim vivi,
sou forte, sobrevivi.
E cada vez que eu caía
bem mais rápido eu subia
pra voltar logo à pista
vencer piloto fascista
na corrida do bom dia.
Curei crupe sem vacina,
e coqueluche com mijo.
Guardo num esconderijo
bem distante da retina
lágrima que contamina
os versos de minha cria,
pois, minha dor poderia
confundir a fala e a vista
na luta contra fascista,
na peleja do bom dia.
É com destemor que enfrento,
palavra é minha espada
sem ela não sou de nada,
então não a jogo ao vento
nem descuido um momento
de afiar com maestria
fonemas pra poesia.
Sou miscigenado artista
em guerra contra fascista
no combate do bom dia.
Texto: Geraldo Bernardo.
Imagem: Raul Pires
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