Poetar
para mim é sina.
Minha
pena neste mundo
É
mergulhar bem fundo
Não
em mar azul turmalina,
Mas,
no cascalho da mina.
Revirar
o rico lixo
Com
minha avidez de bicho
Querer
escombros reciclar.
Obra
que nunca vai findar
E
que a tomei por capricho.
Já
fui jovem e arrogante
Pensei
que pegar o fuzil
Daria
um jeito no Brasil.
Hoje
é uma ideia distante
Parece
até um desplante
Implantar
uma ditadura
Pra
sair da dita dura.
Ainda
bem que minha pena
Dispara
bala amena
Menos
fere e mais cura.
Já
venci o medo e a fome
Desmascarei
o preconceito.
Encaro
essa dor no peito
Com
riso e dou outro nome.
A
essa mágoa que carcome
Toda
minha cidadania.
Olho
irado a vilania
Do
jogo insano e impuro
Que
fede tal monturo,
E
quer impedir nossa ousadia.
Este
monstro sujo e feio
Chama-se
capitalismo.
Assassino
do humanismo,
Alimenta-se
do suor alheio
É
falso e espalha o aperreio.
Não
aprendi ser garimpeiro
Tampouco
sou bom guerreiro.
Busco
a pedra preciosa
Que
tem a poesia e a prosa
E
então ser um poeta inteiro.
É
uma busca simplória
“Um
desejo abobalhado”
Assim
já fui achincalhado.
Mas,
digo-lhe com glória
Eu
posso contar a vitória
Pois
já tenho vencido
Neste
mundo carcomido
O
pecado da enganação
E
não carrego a frustração
De
ser um sujeito vendido.
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