Não
sei dizer onde mora o romantismo.
A
pieguice que ouço nalgumas canções
Até
causa-me náusea, enjoos e convulsões.
É
imperfeito meu metabolismo?
Não
encontro respostas no psiquismo.
Porém,
sei que não nasci insensível,
Eu
talvez só saiba amar noutro nível.
Sei
amar o canto da passarinhada
O
sol surgindo no sumir da estrada
Mas,
acho Marília Mendonça horrível.
O
tal sertanejo universitário
Que
se curte na rua e na balada
Para
mim não tem valor de nada.
Podem
me chamar de velho otário
Dizer
que sou babaca sectário
Mas,
não encontro sentimento nem arte
Conceituo
produto de descarte
A
indústria cultural da burrice.
Tanto
quanto concurso de miss.
Deste
universo não faço parte.
Sinto-me
deveras incomodado
Quando
saio a noite para conversar,
Bater
papo com amizade em algum bar
E
encontro alguém tocando esgoelado,
Das
paradas, o sucesso afamado
Dá
tristeza de se ouvir e de se ver.
Sei
que há tanta coisa boa a acontecer
E
tanta arte sem ter na mídia espaço
Para
aplacar minha ira o que faço?
Pra
certas gentes não pago couvert.
Falei
da música descartável
Mas,
há mau gosto na literatura
No
teatro, dança, até na pintura.
Este
produto desagradável
É
fruto da educação lastimável.
A
escola fica da arte distante,
O
recreio e a data comemorativa
Não
produz atividade criativa
E
propala a idiotice a todo instante.
E
quem achar que só falo por ser antigo
Talvez
esteja fugindo ao debate.
Não
sou apenas aquele cão que late
Digo
sem temer o tamanho do perigo
Penso,
logo, sei o que escrevo e digo.
Tem
funk bom, assim como tem funk ruim
Poderia
citar uma lista sem fim
Tantos
artistas fazendo coisa boa
Que
a mídia exclui, tudo isto me enjoa.
Quem
se opor ao que digo, escreva pra mim.
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