Trago
na minha lembrança
com
ternura e emoção
um
forró que fui no sertão
quando
ainda era criança.
Nessa
noite enchi a pança
até
ficar “empererado”
como
se dizia no passado.
Sentei
no chão da cozinha
comi:
arroz, peru, galinha
e
lombo de porco assado.
Foi
uma grande fartura
da
qual jamais esquecerei.
Comi
abacaxi que cansei.
Queijo
com rapadura
comi
até dar gastura.
Deram-me
um pirulito
mastiguei
até o palito
pois,
até então eu não conhecia
aquela
gostosa iguaria
que
me deu tio Zé Brito.
João
de Pedro Teodoro
recebia
os convidados
que
chegavam animados
e
falava: - É aqui que moro
e
agora também meu “noro”.
Era
o seu modo mais tenro
de
referir-se ao genro.
-
Tome logo uma aguardente
que
é para queimar o dente –
dizia
– é só o que lhe imploro.
Era
um sujeito bonachão
a
todo mundo recebia
naquela
enorme alegria
de
encher qualquer coração.
Bonito
era o pavilhão.
O
chão plano e bem malhado
varrido
e depois aguado,
no
meio um mastro fornido
de
onde saía colorido
e
fitas até o telhado.
A
festa estava animada
os
pares dançavam e suavam
os
bêbados se “escornavam”
já
era alta madrugada
quando
se ouviu uma zoada
até
hoje ninguém entendeu
o
que de fato aconteceu.
Não
se foi um tal de Buranha,
que
era um reformado meganha
que
fez o que fez e deu o que deu.
O cabra começou a atirar
e
o que foi de gente correu.
era
carro cantando pneu,
o
que era de mulher a gritar,
valente
no chão deitar,
só
se ouvia a “estraladeira “
e
gente sumir na poeira.
O
pior aconteceu comigo.
Tive
tanto medo, meu amigo,
que
me deu caganeira.
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