Por trás do birô indaga,
um homem menor que a gravata.
- Responda-me na lata
Quem é o teu pai? Quem te afaga?
O que queres nesta plaga?
Com certo ar de zombaria
e as feições de quem tripudia
da minha beradeirice.
Porém, a minha matutice
responde em forma poesia.
Não tenho mão cheia de calo
nem puxo cobra para os pés
de fonemas faço pincéis,
os versos me vêm em estalo
E digo: - Não sou vassalo,
vivo em completa alforria
não temo sua hipocrisia
tampouco sua fanfarrice.
Sou filho da matutice
untado em caldo de poesia.
Quem me afaga é a inspiração
que não tem chefe ou dono.
e o universo é meu patrono
a quem somente dou benção.
Não sou escravo de tostão
nem pratico a mais-valia
e tenho o instante como guia.
Há quem até ache isto tolice,
mas, na minha matutice
existe fartura de poesia.
Destas plagas só espero
pão, trabalho e amizade
viver com liberdade,
respeito e ser sincero.
Mais do que isto até quero,
você vai chamar utopia,
mas, a riqueza eu dividia
sem que antes alguém pedisse,
tal partilho a matutice
com quem gosta de poesia.
Se não respondi a altura
ao que me foi perguntado,
se não foi do seu agrado
ferindo sua cultura.
Entenda logo criatura:
na terra tudo é fantasia
e ela é quem vai nos engolir um dia.
Não é por que alguém me disse.
É que estudei a matutice
com a professora poesia
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Muito foda a arte de interpretação com rima e incrivelmente foda parabéns Geraldo....
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Obrigado!