Cresci
colhendo no campo
Arroz,
algodão e alfavaca.
Tomando
leite de vaca
Antes
de pegar no trampo.
Assistindo
os pirilampos
Projetar
grande invento
Eu
tinha deslumbramento
Era
escravo da fantasia.
Pra
mim aquilo parecia
Assovio
de chamar vento.
O
milho ao ser debulhado
Traz
junto alguma sujeira.
O
feijão da mesma maneira
E
o arroz mesmo pilado
Sempre
fica misturado
Alguma
palha ou fragmento.
A
“arupemba” é o instrumento
Usado
para a separação
Com
jeito certo, direção
E
assovio de chamar vento.
Vozinha,
minha mãe e meu pai
Ensinaram-me
a invocar,
Com
harmonia fé e longo assobiar,
O
vento que passando vai.
Em
meio a seca nem folha cai.
Com
força e pensamento
E
a energia do momento.
Fico
de olhos fechados
E
flui nos lábios molhados
O
assovio de chamar vento.
A
cigarra não sabe imitar,
A
ciência finge que não vê.
Para
não explicar o porquê
Do
ser humano domesticar
O
vento, com um longo assoviar.
Sem
algum planejamento,
Sem
hélice ou encanamento.
Porém,
coração e alma boa
É
só o que fornece a pessoa
O
assovio de chamar vento.
Não
sei se a tal Inquisição
Combateu
esse sortilégio.
Sei
que tenho o privilégio
De
ser de uma geração
Que
domina a direção,
Ao
seu inteiro contento,
Duma
carreira de vento.
Quando
eu sair deste mundo.
Quero
levar o vagabundo
Assovio
de chamar vento.
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