BOM DIA.
As ciladas da emoção
podem nos nocautear.
Difícil coordenar
quando tomam impulsão
crescem feito furacão.
Vão revolvendo o sujeito,
começa a ferver no peito,
quando o sangue fica quente
não importa ser coerente
embora seja um defeito.
É uma arte ser contido
medir bem o que se fala
a mudez às vezes cala
o desaforo atrevido.
Sei que sou descomedido,
deixo de lado a harmonia
vou vomitando ironia
até romper o limite,
é bem possível que grite
atrapalhando o bom dia.
Quem explode paga a conta.
Sei, sou grande devedor,
meu corpo é gastador
e vez por outra ele apronta,
sem sela, na emoção monta
junto da esquizofrenia
se embriagam de ironia.
Se percebo antes eu fujo,
fecho-me igual caramujo,
pra não estragar o bom dia.
Texto: Geraldo Bernardo.
Imagem: Raul Pires.
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