BOM DIA.
As carroças pararam
em círculo no Lajedo
quando era manhã bem cedo.
Os chefes concordaram,
com a prole acamparam.
Os sete chefes ciganos
voltavam todos os anos,
com marcas de sol no couro,
com as dentaduras de ouro,
e seus coloridos panos.
Quando estavam acampados
era tempo de alegria,
fogueira, dança e folia
quando ficavam cansados
dormiam bem aninhados.
Certo ano foi diferente,
o bando chegou silente
nem o fogo crepitava
e todo mundo rezava
pela cigana doente.
Era uma bela menina.
A praga desconhecida
ia lhe tomando a vida,
sua feição doce e fina
como uma fraca neblina
ia lento sucumbindo
e com o vento se esvaindo.
No instante que me fitou
o sopro vital voou
então ela olhou-me sorrindo.
Seu corpo decorou o chão
com rústica sepultura.
Sua energia dá cura
para quem tem devoção.
Seu riso de proteção,
é imagem que domina.
Minha cigana menina
por toda esta eternidade,
é a tua santidade
quem protege minha sina.
Texto e imagem: Geraldo Bernardo.
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