BOM DIA.
Certa noite de luar
quando o Aracati brisava
a relva se enluarava
quando ouvi alto um rosnar,
subiu morraça no ar
quando o bicho apareceu.
Bicho pequeno correu
quando viu o animalzão
na agonia e mutação,
todo fraco estremeceu.
Vinha tentando correr
parecendo ser humano
e após cada uivo insano
começava a se encolher,
que parecia doer
porque o tal bicho babava
o corpo se deformava
tomando forma canina
e dilatando a retina
enquanto o pelo aumentava.
Atrás dele a multidão
perseguia-o enfurecida
queriam tirar a vida
da incrível aberração.
Pensei: acho ser maldição,
ter nascido diferente,
sem ser bicho sem ser gente
enfrentar a fúria insana
desta incompreensão humana,
a qual é cega e inclemente.
Texto e imagem: Geraldo Bernardo.
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