BOM DIA.
Quando morei no Lajedo
vi uma vez um cangaceiro
num suspiro derradeiro
era ainda muito cedo
o seu espírito com medo
ficou por ali acampado
até ser o corpo achado.
Ele foi quem me ensinou,
ser curador como sou,
conversar com o encantado.
Me contou de uma oração
pra prender o cão tinhoso
num ardil misterioso
montado com precisão
numa Sexta da Paixão
no centro da encruzilhada.
Na vasilha preparada
atalha-se o redemoinho
onde o tinhoso faz ninho
prendendo-o nesta emboscada.
Assim fez a alma penada
e prendeu um tinhoso anão.
Depois virou assombração
encontrou nova morada
em boa beira de estrada
numa oiticica que havia,
fez do anjo mal montaria,
de vez em quando passeia
buscando em dimensão alheia
nova fantasmagoria.
Texto e imagem: Geraldo Bernardo.
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